UM DOMINGO DE CHUVAS

Um domingo de chuvas

Que seja num dia assim

Um dia cinzento, sem muito vento

A fina garoa molhando as pessoas

Uma chuva persistente, chovendo somente

São seis estranhos carregando o caixão

Sem flores sem velas só gramas no chão

Um domingo de chuvas

Que seja num dia assim

Num dia cinzento, é meu pensamento

Chegar o meu fim

Sendo um indigente, não havendo parentes

Quem são os estranhos, que me dão “uma mão”

Um domingo de chuvas, lágrimas não haverá

Uma tarde tranqüila chuvas amenas, sem raios ou trovão

As horas ligeiras tão passageiras não se contam mais

Tudo foi rápido, rápido demais.

Não houve nem tempo da placa aqui jaz.

Um domingo chuvoso, um domingo gostoso

Que eu não vivi e me reencontro aqui

Aqui enterrado, do lado de fora estão agora os que não conheci.

Meras aparências, necessárias convivências que termina assim

Um domingo chuvas virarei Querubim ou uma simples caveira

Que a vida inteira me sustentou.

Ponto final. Arnor acabou.

(arnor milton)