UM LOUCO A MAIS NUNCA É DE MENOS

Cerro os olhos

Abro a mente

De repente

Sinfonia no ar

Vejo-me em lampejos

E com tua imagem estou a valsar

Um para lá um para cá a nos ritmar

Girando, girando a rodopiar

Uma brisa tão mansa, também não se cansa

Soprando, soprando a nos refrescar

Beethoven, Haydn e Mozart a tocar

Imagino apenas que estou em Viena

Numa noite serena, longínqua estrela a cintilar

Um som divino vem de um violino

Sinto-me um menino por contigo estar

A orquestra não para meu sonho embala

Valsar, valsar, valsar, valsar, rodopios, rodopios rodopiar

Rodopia a mente e eu inconseqüente feito um demente

Solto o canto no ar, mas nem sei cantar.

Abruptamente me retorna a mente nem sei que pensar

O que há nesta alma que não se acalma o que está a faltar

De poeta e louco já tenho dois poucos, não sei medicar.

Se eu aprender podem me internar

Nada há a faltar.

(arnor milton)