Cravar nas veias a raiz

O relógio bate o dia

Marca a vida, dá o traço

Horas mortas ou vividas

Que se passam num estalo.

Eu quero desacatar

E brincar com o destino

Tudo é imaginação

Tudo aqui é improviso.

Tudo pode ser deleite

Tudo aqui é por um triz

Dentro de tudo que brota

Cravar nas veias a raiz.

E tento recuperar

A vivacidade indomada

Acordar alguns desejos

Rebeldias censuradas.

Entregar-me com paixão

Ao que foge ao raciocínio

Tudo o que der para amar

Que não seja esquecido.

Marianne de Souza Stoklasa