Amor que pousa
Um amor sem cor, sem brilho, sonda um infinito que não existe...
Brinda à solidão que já não quer estrelas,
Não quer nada além de ser sombra, diante do espelho não se vê,
e se vê, nada enxerga além duma palidez que demonstra um fim
que veio antes do início, e se não foi, para que explicar o inexistente,
quando pulsa uma vontade que se entrega ao nada.
Um nada que às vezes incomoda...
Nada nas mãos, e dentro uma aflição de querer, sem ter,
e de não querer sentir, um amor que pousa e depois foge,
porque é proibido ficar.
Feito borboleta o amor sai perambulando,
juntando-se à vã esperança, que procurando abrigo,
ao vento se dispersa, sem ter onde pousar, haverá de perder-se,
nesse mundo mudo. Sem efeito esse amor em minha alma, me faz flor,
solitária, beijada, depois esquecida, sobrevive e vai sem rumo.
Ela, borboleta, num nada absurdo, cada um com a sua dor.
Liduina do Nascimento