Te devoro
se eu pudesse pronunciar teu nome, entender a tua voz
como estrelas e cometas que entendem as tormentas
se eu pudesse com minhas mãos impacientes
abraçar essa distância que te protege
desnudar-te com a minha boca
enquanto invento
estes versos quentes
se eu pudesse transformar-te no pão que alimenta
fazer de ti um mistério com horizontes no peito
um rio aberto e alimentado pelo pranto
um corpo com curvas e caminhos
ferozmente incendiados
se eu pudesse
transformar-te em idioma jamais pronunciado
um templo aberto para minha língua delirante...
eu te devoraria!