EM OLINDA, BAQUAQUA TORNOU-SE ESCRAVO DE TABULEIRO
Trocados por rum, tabaco
E muitas outras mercadorias
À bordo, para o Brasil, em Pernambuco
P´ra mim, Baquaqua chorou ao desabafar
Do que viveu em mil agonias
Enfiado no porão daquele navio:
- “ Oh! A repugnância e sujeira daquele lugar
nunca serão apagados da minha memória ”
Pela primeira vez, as laranjas que viu
Foi na costa, após o navio tumbeiro atracar
À escassos metros da majestosa residência
Cuj’ornamentação d’humanos crânios
A um Senhor d’imensos feudos pertencia
Marcados a ferro quente
Aí ficámos à venda
Até chegar de Olinda
Um comprador português, que era padeiro
E lá, a zungar p´las ruas, os pães que fazia
Baquaqua tornou-se escravo de tabuleiro
Alberto Secama 08-Agosto-18