Regresso

dou-te este verso, uma parte da minha inquietação

a metódica construção de um lamento

o rio sonoro que atravessa minha poesia

minhas noites de prazer

e a estrela-guia que te conduzirá ao meu coração

para que não me abandones.

não te dou minha vida... já a doei a muitas

nem as rosas colhidas no corpo da amante

porque sei que as primaveras não têm dono.

dou-te os meus sonhos e o seu nome nesta poesia

meus dedos atrapalhados nos seus cabelos

meu livro primeiro, minha infância esquecida

a lua que lambe o interior do meu mar

e todas as minhas asas, para que não me abandones.

Marco Xavier
Enviado por Marco Xavier em 22/08/2018
Reeditado em 23/08/2018
Código do texto: T6427078
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