Benzimento
Quebrei a taça d’água que inundava meus grilos
revirei meu chão pregado nos ossos de marfim
rasguei o fraque que rastejava sob meus pés
aferi o passo torto que segue a morte
Sangrei a febre que mata o amor
bebi o frasco de silêncios e voei
trinquei o verso que cospe meu veneno
aprumei a alça que me eleva
Incinerei o gelo de seu olhar
cheirei o pó que me condena
despi o sonho, o medo e o choro
benzi o gosto amargo que rumina o coração...