FLORES ERRADAS

Seu sorriso se iluminou

Um buque de flores de manhã chegou

Não havia cartão, nenhuma mensagem

Bateu de passagem o sentimento de medo

Seria engano ou paixão em segredo?

Já sofrera tanto de falsa ilusão

Quantos feridas no coração

Colocando as flores no vaso

Uma lágrima lhe escapou

Seria destino ou obra do acaso

Lembrou-se num rápido instante

De cena semelhante rotineira e vulgar

Como guardar um livro na estante

Paixão pra valer, só mesmo a primeira

Do dedo uma gota vermelha

A bela rosa tinha escondido um espinho

Ideia maluca sobe-lhe “à telha”

Não haveria nada de errado

Talvez as flores fossem de algum vizinho

Admirador secreto demonstrando carinho

O pecado sempre mora ao lado

Saiu de porta em porta

Na casa de João, do Tonico e Pedrinho

Viu caras zangadas, ouviu palavrão

Ela nem se importa, tinha fama de torta

A mulher de um deles jogou as flores no chão

Quem maltrata flores não merece perdão

Recolheu cada uma e continuou o caminho

Deu-se assim o dia inteiro

Andou pelo bairro, por toda cidade

Perguntou ao florista, procurou o mensageiro

Até que a noite chegou, a lua apareceu

Solitária deitou-se, qual a novidade

De algum amor sentir saudade

Abraçou as flores e adormeceu

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 22/08/2018
Reeditado em 22/08/2018
Código do texto: T6426294
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