Clamor

- Socorro!...

A poesia clama.

Ela se ver esquecida e reclama.

Tem medo de perder a vida e grita:

- socorro!...

Não me esqueçam, senão eu morro.

Eu não quero morrer.

E não deve,

Alguém tem que socorrê-la...

Quem?...

Eu, você?...

Não!...

Todos!...

É um dever de todos

Da juentude

Da união...

O amor ao que é lindo,

Ao romantismo

A vida.

Não deve morrer, com a poesia,

que foi um dia tão querida.

- socorro!...

Ela pede

Porque tudo de bom

Foi-se com Drummond,

Que a defendia

A mantinha viva

A mantinha bela.

" Pede socorro pois:

Quem vai defendê-la

Depois de Drummond?"

Não se sabe.

Mas, a juventude deveria saber.

"Para Drummond poesia é Brasil

E Brasil é nosso dever."

( vários dias após aquele

fatídico 17 de agosto de 1987)

Luiz Viana
Enviado por Luiz Viana em 21/08/2018
Reeditado em 16/10/2018
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