Clamor
- Socorro!...
A poesia clama.
Ela se ver esquecida e reclama.
Tem medo de perder a vida e grita:
- socorro!...
Não me esqueçam, senão eu morro.
Eu não quero morrer.
E não deve,
Alguém tem que socorrê-la...
Quem?...
Eu, você?...
Não!...
Todos!...
É um dever de todos
Da juentude
Da união...
O amor ao que é lindo,
Ao romantismo
A vida.
Não deve morrer, com a poesia,
que foi um dia tão querida.
- socorro!...
Ela pede
Porque tudo de bom
Foi-se com Drummond,
Que a defendia
A mantinha viva
A mantinha bela.
" Pede socorro pois:
Quem vai defendê-la
Depois de Drummond?"
Não se sabe.
Mas, a juventude deveria saber.
"Para Drummond poesia é Brasil
E Brasil é nosso dever."
( vários dias após aquele
fatídico 17 de agosto de 1987)