Voo Poético por Céus Inóspitos
Meu voo poético
é quase inóspito
é espírito caótico
é flor desabrochando
alquimia insensata
ourobouros da alma
e, a ampulheta toca o grão
da areia cósmica;
sou poeira de estrela
sou o incompreensível
sou transverso do verso
sou paradoxo ambíguo
metástase desgastada
mas, há ainda o amor
pela chuva e pelo sol
pelo pássaro do arrebol
pelo cricrilar do grilo
pelo coaxar do sapo
pelo som do silêncio
que cala meu âmago
revirado pelo tempo
pelo grão da ampulheta
que sabe o tempo do meu fim...