distração
O desejo come
A carne, detrata a fome
De santuário, escorre
Do fundo fundo: galerias
De meu cansaço, lembro
De uma canção antiga, onde
Pássaros alados nos desce
Pelas vistas, brilhantes, acetinados,
Furando o vazio do espaço, e todos
Os olhamos, e nesse correr de muitas
Horas, esquecemos o ventre doído,
O pulso que não pulsa, a glória desabada,
A pouca vida dessa estrada, o estranho
Estrangulamento das coisas bonitas,
Aprendemos nesse instante que somos
Tempo, distração de muitos sonhos