A MORTE DO AMOR
A MORTE DO AMOR
nada há
além dos dias
além das noites
apenas ventos
que me rodopiam
para além das nuvens
além dos azuis
que teimam em reinar no infinito
no limite do meu grito minha palavra geme
treme o meu lábio
além da minha voz
nada há
além do silêncio das noites dormidas
desesquecidas dos dias lúcidos
feito prepúcios desacobertados
deserdados e imberbes
das falas que criam corpos amantes
presenças quentes
que morrem estranguladas
nos cordões dos desejos abortados
nada há
além de mim
além de ti
Mírian Cerqueira leite