FINGE QUE FOGE ...
E o sol rasgava as nuvens escuras, mas, o seu coração não,
nele estava sempre inverno... Inverno, inverno
de noites frias.
Vez por outra abria as janelas do silêncio para contemplar assim,
as suas viçosas flores. Quando o orvalho permanecia,
a gota de orvalho vaidosa por ser brilho, em misturar-se
às lágrimas, insistia.
Descia...
E descia brincando com as cores, sobre as folhas escorregava,
parando suave, sentia a textura da flor.
Gota preguiçosa, apagava em seu peito a força do amor.
Que fingia ir embora, mas, não ia...
Amor que ora alivia-se da tristeza, e da dor,
misturando-se à outros sentimentos,
reconhecendo a paixão que finge que foge, mas, não,
pois ela está na alma todos os dias.
Liduina do Nascimento