o poema do encontro

Sobre ti, sei pouco, pois teus

Encontros com a vida somente

A ti pertence, é tu que sabes

De teus sonhos trincados, dos desfiladeiros

Infindáveis que percorreu, do gosto

De sal sobre a relva, somente teu coração

te ancorou nos desfiles das mudanças,

Lembra disso? Quando a carapaça

Rompeu e se tornou íntimo de uma

Luta que teimava em retornar mesmo

quando desistia? a vida te obriga a voltar,

Pois viver é voltar, sem o lamento dos

Desconsolados, dos vampiros, dos falsos

profetas, dos mortos que se pregam vivos,

voltar brabo, como o Risco na testa, com as mãos em punho,

Dizendo: sou o que sou e minha sina

É viver, mesmo que arda, que exploda

Em delinquência o equilíbrio simulado.

É tua, a memória primordial que te acorda,

as flechas no corpo que te mantem acordado,

que sustenta no coração diversos que

Mal conversam, é tu que sabes, é tu

Que segue, que ama e desama, que parte

Mas não despede, pois sabe que ontem

é tão hoje como essa pedra que observo,

como esse céu que nessa noite sem sono

nos presenteia às estrelas nos distrai dos

infernos.