TEMPO DE SORTILÉGIO * O lumaréu!

A Leste, um deslumbrante lumaréu

sacralizando a fronte da manhã!

Que lindo, assim rosado, fica o Céu!

Sinto o sabor maduro de romã!

O Paraíso existe mesmo, sim!

É este desafio de infinito

que vejo aqui olhando para mim,

é este céu que fascinado fito.

Nem Eva nem Adão eu descortino,

que nesta dimensão não cabe o mito.

Aqui só sinto e vejo e me alucino

com estes horizontes de infinito!

Rastejam por aqui serpentes várias…

Nos ramos, baloiçantes, há maçãs…

Que importa? Eu louvo e canto em minhas árias

a luz e a cor de todas as manhãs.

Ah, que ninguém apague o lucilar

dos astros e o carmim do amanhecer!

Que eu sinta no meu peito a palpitar,

agora e sempre, o dia por nascer!...

José-Augusto de Carvalho

16 de Agosto de 2018.

Alentejo * Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 16/08/2018
Código do texto: T6421125
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