Olhares I

"Veja tu mesmo, oh, minh' alma, o que está diante de ti!

- Ergue-se distante, o mistério do viver!

- Com fulgor as ígneas crepusculares, soluça.

Seria esmero caos? Não. É Deus que em teu espírito debruça."

"Eu sou menos que ti, e não possuo a ti em mim mesmo!

- Sou um simples poeta, tu a inspiraçao arguta;

- Sou o sentimento entre músculos, tu a artéria.

Conduz, então, minh' alma, meus olhos a natureza bela."

O sol então vai definhando, rubro, sangrando de amor!

O punhal já embevecido pela vingança, sorri taciturno...

Já não há mais alma para embalar o colosso celeste:

E minha alma - réstia de luz, caminha aos céus sem rumo.

Celso Júnior
Enviado por Celso Júnior em 16/08/2018
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