Existência

Eu existo enquanto você existe

E insisto nisso em silêncio absoluto

E luto com todas as armas do meu corpo

Boca, mãos, pés e ouvidos e caroços

E desisto de ser herói a todo momento

Eu resisto aos seus devaneios de amor

E busco a paixão como a paixão buscou Cristo

E me levanto do lugar comum das coisas

E me sento do lado do seu conforto

E me arrisco pelas ruas desta cidade

Vivo ou morto sigo cantando Buarque

Eu me redimo de todos os meus remorsos

E sei que peco a cada instante quando calo

Ou quando muito grito e não me ouço

Eu enfrento as tormentas todas as manhãs

E por manha teço meus apelos em seu pescoço

Não aguento mais nenhum desaforo

Se for bater que bata na cara cause-me desconforto

E olho bem em sua face quando estou roto

Arroto desespero, mas não desisto

Minha poesia é essa que se repete

Vivo ou morto vou de Nascimento.

Milton Oliveira

16ago/2018

milton antonios
Enviado por milton antonios em 16/08/2018
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