Versos
Quanto ao destino, deixa que venha
Para que uma luta inútil no meio da vida?
Quanto à chuva, deixa que caia,
Sinta a água molhar as coisas e lavar certas agonias da secura.
Quanto ao amor, deixa que fique,
Se apenas palavras não vinculam corpos
Nem transformam pensamentos.
Quanto ao azul, deixa que pinte,
Aceita as cores e as formas
Como a inevitabilidade da morte.
Quanto ao jardim, deixa que cresça
Experimenta cada flor, cada cheiro
Como um límpido desejo.
Quanto a seus versos, deixa que queimem
Para que palavras quando a vida é
A única poesia necessária?