É doce morrer no mar
É doce morrer no mar:
As ondas batendo nas pedras.
Tum! Tum! Tum!
O céu obsoleto,
a ineficácia de temer o mar,
a impossibilidade de distinguir o céu do mar,
o vento levando os vestidos,
os coqueiros capengando.
Nós temos medo de um tsunami,
a distância que nos separa do horizonte
é a cor da tranquilidade dos pescadores.
Medo, medo de quem nunca viu uma ressaca,
o medo criado, superficial e procrastinante.
O medo maior, esse pecado mortal
é que o mar não tenha dó,
atravesse a avenida e vá parar no rio largo.
Todos Quincas, sem querer cova rasa.
Todo mundo afogado
como o sofrimento dos pássaros.