Vício
Máquinas que comprei me usam
Objetos eletrônicos me governam
Apoderam-se do meu sono
E me acordam com sinais malignos
São de todas as cores e tamanhos
Variados, como se minha vaidade
Lhes desse forma
Geralmente não estou onde apareço
Sou apenas fragmento, flash de luz
Rondando a sala, um pensamento
Rápido, um diálogo partido,
Um sussurro desconhecido, um
Morto-vivo, homem-zumbi, vulto
Nas sombras da ignorância.
Quem do outro lado ouve uma voz
Vazia? E se depara com a porta
Fechada, os olhos longe, os lábios
Murmurando pragas cibernéticas.
Aparelhos eletrônicos enchem todos
Os bolsos e escorrem pelas mãos
Petrificando em silêncio
Mentes e pensamentos.