CIDADÃO DE SI MESMO
Não participo do destino nacional,
Do risco coletivo de ser apenas um tijolo no muro.
Recuso a bandeira que nos rouba o rosto,
Que nos faz amorfa e homogênea multidão
Em busca do milagre de qualquer solução.
Desprezo o rebanho,
A moral e o sonambulismo gregário.
Prefiro ficar a margem das grandes questões pátrias.
Não perco tempo com governos ou com as retóricas do progresso.
Invento minha vida a margem do Estado
Apostando na micro física dos atos livres,
Na poesia da subjetivação
Onde me faço objeto de mim mesmo.