LENDA DA CABANA E A CARAVANA

Conta-se que uma caravana

Com destino a um palácio

Parou à beira da estrada

Levava em segredo um tesouro

Uma princesa encomendada

Comprada a peso de ouro

Mas, detrás do jeitinho grácil

Havia uma alma mundana

Ela não sonhava um castelo

Desprezava vida de rainha

Temia que um rei decadente

Ou mesmo um príncipe jovem e belo

A prendesse na torre em corrente

Preferia voar feito andorinha

Cheia de desejos fúteis

Envergonhava os pudores

Sorria a conselhos inúteis

Pra não provocar ciúme

Espalhava seu perfume

De fazer inveja as flores

Da janela da carruagem

Sorriso triste e sedutor

Cativava de mansinho

Quem cruzasse o caminho

Ao rastro deixava a miragem

De puro e verdadeiro amor

Estava tão perto o pecado

Enamorou-se o cocheiro

Que desposara uma cortesã

Amante infiel de um vassalo

Ou seria de um soldado

Com a coragem da manhã

Imaginou-se um cavaleiro

Ofereceu-lhe um regalo

Brotou desejos entre os demais

Nobres senhores ou plebeu

Rendeu-se o guerreiro valente

A princesa acordou sorridente

À noite a um correspondeu

A realeza escutou seus ais

Soubesse do fato El Rey

Tratados como fora-da-lei

A Morte seria a condenação

Deram ciência a um do clero

Homem de olhar rude e severo

A mulher perdoaria em confissão

Reza a lenda quase em segredo

Um pouco diferente o enredo

Mulher Cheia de graça e sensual

A um padre uma noite seduziu

Na madrugada o casal sumiu

Sem deixarem rastro ou sinal

Resta na estrada uma cabana

Onde não para mais nenhuma caravana

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 12/08/2018
Código do texto: T6417338
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