Eu precipício

O estalo de seus dedos

Propagando o som no escuro,

A difusão de seus medos,

Abrindo as portas para o inferno do futuro

Sozinha nesse mundo assustador

Se dissolvendo no mar

Gritando por socorro cheia de pudor; Asas frágeis que não são capazes de voar

Passos que te levam ao chão

A culpa sobre a sua cabeça

A inegável dor da solidão,

As cartas foram jogadas na mesa

Se quisesse amar,

Teria que apagar todos os fragmentos,

Mas preferem se afogar,

No espaço-tempo de seus pensamentos

A refração da cor de teus olhos,

Sobre o meu olhar monótono,

Me mostravam teus sentimentos insólitos,

Negros, cor de ódio.

Eu precipício,

Profundo e escuro,

Você um abismo,

Meu ombro, meu mundo.

Natália Reis de Assis
Enviado por Natália Reis de Assis em 12/08/2018
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