Poema de agosto

O vento frio traz notas de buzinas,
barulho de máquinas,
vozes,
cheiro de flores do quintal.

Há ,sim ,tristezas doces
na paz da tarde gelada de inverno.
Um céu azul
Um sol dourado

Também o ladrar de um cão,
ao longe,
vontade de chorar,
nó na garganta,
melancolia,
saudade...
Peso de páginas viradas
O que jamais será revisto
E nem se deseja.

Tudo em essência parecendo igual
Na Paris distante, o  mesmo sol daqui,
com diferentes nuanças de luz.

Sinestesias, sensações
viram palavras,
versos,
metamorfose de lágrimas que não fluíram.