XV - Profano - Ethos de uma Alma Invertida

O Homem, profanado pelo

Astuto Inimigo, o Diabo,

Tornou-se, também, profano.

E, tal qual um suíno,

Na lama deleita-se

Sem pudor, sem atino.

O Homem, brinquedo sagrado

Do Onipresente Deus,

Come aos teus e faz

De sua terra Sodoma e Gomorra.

O Homem, a borra da criação

Divina é, dentre todas as espécies,

A mais completamente tosca:

Vive de carne, do espírito,

De ternura e de castidade.

O homem aponta o dedo

Veementemente acusador;

Culpa Deus e o Diabo

Por sua inapelável dor.

Mas o quão culpado é

O Homem, borra da criação,

Se foi feito da lama e ela

No homem habita, então?

Se o bom Deus que dotado

De plena razão, fez da lama

O Homem, que culpa tem este

De ter um Pai Trapalhão?