Esteticamente Cruel
O homem bicho estético
Filho do delírio patético
Sua natureza epilético
Cego limite profético
O homem vaga lunático
Achando razão no fato
De nada saber de relato
Mas com certeza no trato
Todo esse amor catando
Não passa de desejo irustido
De corpo que usa razão
Sem preciso ser ouvido
Se este ser delirante
Pateticamente cruel
Não sabe que faz o inferno
Achando fazer o céu
E como maldição
Tudo é inalcançável
Perante a face do abismo
A força do inabalável
Filho dos primatas
Sentado delira e cria
Assenta sobre magia
Não sabe se noite ou dia
Condenado a viver no segredo
Faz artífice do medo
Acha que tá ponta do dedo
Teu carma é ser de degredo
Seu futuro incerteza
Chora ri e devora
O mundo é outrora
Não cabe na tua hora
Extrai abistrai do outro
Forma uma consciência
Segue a sequência
Sem medir consequência
Faz de pena poema
Dá dor tu tira arte
Da vida tu flerta face
Desse absurdo desastre
Sem sombra sem rumo
Criando teus assombros
Delira que vive no mundo
Debaixo desse escombros
Ser incapaz condenado
A sempre buscar perfeição
Mas sempre se perde no rito
Das curvas da sua ambição