ACONTECÊNCIAS
Era uma vez uma ave de rapina pervertida
Dona de rasantes insidiosos
Manobras de encantos perigosos
Voos e aterrisagens atrevidas
Nesse seu céu vil e tenebroso
Sem astros ou estrelas, deserto
Ver-se apenas nuvens cheias de insetos
E um ar denso, sinistro e pavoroso
Tinha um bailar aéreo ensandecido
Na escuridão de seus dias medonhos
Rodopiando os amores mais estranhos
Na solidão do carinho entristecido
Nas acontecências incontinentes
Dos seus desejos desinteressados
Feria de morte a ilusão de anjos cansados
E de prazer ia se devorando inconscientemente.