EM MARCHA

Transbordo lento

mansamente na direção

do horizonte distante.

Tentando alcançá-lo

atravesso quintais

e jardins

de concreto obsoletos,

ou, será que o obsoleto

sou eu,

tateando uma fuga

da minha essência

de onde não há fuga

desde as cavernas.

Não será desta vez,

o horizonte

permanece distante,

a correnteza é convidativa

quer me arrastar,

purificar minha essência,

mas então quem seria eu

destoando a marcha

da multidão.

De repente,

eu aborto.