TELHADO

TELHADO

O telhado

Protege-me

Da chuva

Do sol

Mas priva-me

Do céu

As paredes

Protegem-me

Dos ventos

Do frio

Mas privam-me

Do horizonte

Protegido da natureza

Resta-me a prisão dos sentidos

O olhar que não vê

A pele que não arrepia

O aroma que não inebria

O toque que inexiste

O gosto sem gosto

Escondido no cárcere sem grades

Degrada-se a vida desde a mocidade

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 07/08/2018
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