DISCREPÂNCIA
Manhã triste e fria
Plena de nostalgia.
Tenso pensamento
E sem fundamento.
No silêncio que impera
O coração acelera.
E vendo a vida passar
O tempo quer agarrar.
Não há sim ou não
Apenas a indecisão.
Não há antes ou depois
Apenas um tempo, pois.
Com a imagem perdida
A vida segue a lida.
E no olhar inquieto
O presente é sem projeto.
Pelo desejo passa o vento
E pela razão, o tormento.
A alma fecha a esperança
Dá adeus a confiança.
Recua sem proposta
Queria obter uma resposta.
Não encontra luz sob a neblina
Perde o rumo e o clima.
Sucumbe sem expectativa
Vazio de perspectiva.
No império da escuridão
Perdeu o trem na estação.
E para fechar a discrepância
Perpetua a ignorância.