DISCREPÂNCIA

Manhã triste e fria

Plena de nostalgia.

Tenso pensamento

E sem fundamento.

No silêncio que impera

O coração acelera.

E vendo a vida passar

O tempo quer agarrar.

Não há sim ou não

Apenas a indecisão.

Não há antes ou depois

Apenas um tempo, pois.

Com a imagem perdida

A vida segue a lida.

E no olhar inquieto

O presente é sem projeto.

Pelo desejo passa o vento

E pela razão, o tormento.

A alma fecha a esperança

Dá adeus a confiança.

Recua sem proposta

Queria obter uma resposta.

Não encontra luz sob a neblina

Perde o rumo e o clima.

Sucumbe sem expectativa

Vazio de perspectiva.

No império da escuridão

Perdeu o trem na estação.

E para fechar a discrepância

Perpetua a ignorância.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 07/08/2018
Reeditado em 08/08/2018
Código do texto: T6412365
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