Tempo esquecido
O tempo nos da seu colo,
No abraço materno do sol,
No balançar das noites
O tempo acarinha
A criança que vai andar
Nas estradas dessa vida
Perdida em cantos a sonhar
Na solidão do tempo esquecido
O homem maduro olha seu filho.
As noites vieram pra assombrar
A infância que o tempo não deixou
De brincar.
O barulho das águas mortas
O rio e sua margem
O homem quebra a imagem
Nas linhas da face
O espelho não traz
A pele macia
Lisa de um rosto firme
Nas rugas do passado
Solitário,
A falta de seu alimento
Quebra um tempo perdido;
A infância não volta
Nem os seus brinquedos.