DEFUNTO
Lugar só de farto dó
que a vida já cravou em dor;
cantar dó de pardo só
que o caixão se tapou em flor.
No chão és mero defunto
agora solitário e bárbaro.
Machão morto e com luto,
qual lebre reduzida a láparo...
Valente que besta for,
no passado cruel de dor
deixa–o para quem quis pôr
a tampa e o caixão compor.
Vida curta que grita
pela vida que morre.
Triste pedra qual brita
que da vida bem corre.
Salvador, 07/01/2002.