ATÔMICO

A verdade é o fim na matéria inerte,

Porquanto testemunha do acabado.

Nem canto, honra, nem glória ao cabo

Dirão da altivez, agora calada, que se perde.

Horas seculares tratam de limpar ao inscrito

No mármore que o vento aos poucos gasta.

Nem nome nem flor, nem o que antes fora dito

São o remédio para o que em si, ao dia basta.

Serão feitas espantosas imitações da vida,

Até que em si, haja a virtude do esquecimento.

Primeiro choro, depois poeira, depois tormento,

Enfim pó, átomo e intenção no espaço perdida.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 06/08/2018
Código do texto: T6411312
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