CHÃO DE FICAR.
Eu não quero nem tão cedo
Afastar-me do agora
Quero o ar do arvoredo
O laranja da aurora
Quero a terra molhada
Quero a mão espalmada
Em um riso inocente
Quero ficar onde estou
Sem chorar o que passou
Eu quero ficar somente.
Não pretendo dá partida
Feito um trem sem destino
Não aceno a despedida
Nem rumarei clandestino
Serei como uma coluna
Feito de uma braúna
Na raiz da minha alma
O chão será o meu dono
Por isso não abandono
A casa que me acalma.
Eu canto no mesmo ninho
Que canta as aves da vida
Sou metade passarinho
Na aragem colorida
Aqui é o meu lugar
Onde o sol vem enxugar
As águas do sentimento
Com o calor do conforto
Onde piso é meu porto
Meu lugar de nascimento.