Caos em ordem
Não tinha dúvidas e nem certezas
Sequer lembrava alguma coisa
Ou adivinhava que houvesse luz
Por mais que os campos fluíssem
E o conflito substituísse as marcas
Sorria com os olhos como se vigiasse
Além das fronteiras da própria vista,
Distinguia entre árvores centenárias
Belas meninas e insignificantes sombras,
Na paisagem os arranha-céus destruídos
E corpos e mais corpos expostos
À luz extinta do sol, a poeira que subia
Cheirava ao desperdício e ao fracasso
Dos homens. Nos escombros da cidade
Alguns letreiros apagados anunciavam
Um caos em ordem, dias depois do fim.