A Certeza no Erro

Não consigo odia-los também

Sem me ver como homem

Cego e falho que sou

Chorei profundamente ao ver

Facasos de tantas esperanças

O meu drama se assenta sobre nossa humanidade

Tropeçamos sobre nossas pernas

E perante os nossos olhos sucumbimos

Nosso egos nos tem feitos fracos

E nossas verdades segregando corações

E ao constatar a perfeição com que erramos tudo se torna espantoso

A crença profunda

Afunda e a fé

As vezes é

Maldição

O sonho sempre parece

Além do horizonte

E a morte cada dia mais próxima

E todos os dias que mentimos

Para nossa criança interior

Avançamos como uma manda de camelos

Com cargas pesadas sobre os ombros

Fingindo estar bem

Nem sempre tenho chorado

Mas hoje profundo

Envolto nesse mar revolto

Tudo que esse mundo me permite é esse verso

Rebelde, insano, libertário

Alá Freire contra opressão

Tal qual Brecht previa o futuro EJA de lá rogava nosso perdão

O poder irá sempre nos ludibriar? Até quando? E todo esse desejo e falta de amor frustrações se tornarão ódio? Por que permitirmos? Deveras muitas perguntas sem resposta alguma como a vida tem sido

Nesse caminho fraquejamo e sonho se torna pesadelo

Mas enfim temos muito que lamentar

Como um luto contante toda vez que a vida nos mostra sua face medonha

E celebrar quando está mesma vida nos brinda de alegrias

Um grande ironia

De um destino

Trágico e grego

Tantas alucinações

E manias de grandezas

Não são absolutamente nada

Se não somos capazes de sermos humanamente unidos

Esse sonho que sei impossível talvez não deixa de empolgar os mais ardentes idealista

Estamos bem longe disso

Mas que sabe talvez

Deixemos o tempo dizer

O que ele fará de nós

Que o que nós faremos de nós mesmos, minha fé e pouca

Mas esse é o bom de não ter verdades nem certezas

Nessa vida louca.