CALADA DA NOITE

CALADA DA NOITE

Na calada da noite

A poesia grita

Um grito inaudível

A corações de pedra

Que vivem na escuridão

De vidas obscuras

Sem amor sem paixão

O dia vai nascendo

Mas os horizontes não são claros

Há tanta dor ao derredor

Há tanto ódio destilando-se

Que o grito não ecoa

Nada mais se perdoa

E a poesia morre

Num papel cada vez mais desimportante

Sem perceptível doravante

Que ilumine mentes e caminhos

Que interiorizem menos rudeza

Mais beleza

Menos dor mais amor

E que façam surgir no papel

Novas grafias

Não mais sujas ou vazias

Excludentes e poentes

Em versos tristes e sem paz

Num mundo cada vez mais

Que aqui jaz

Precisando de ressurreição

Com nova feição

Mais poetas

Menos de caos profetas

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 05/08/2018
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