VERSOS SATÂNICOS

É poeira do chão, silêncio e solidão,

manifestação da natureza que espreita,

quando o caminho passa riscando o chão,

e o corpo se fecha em sua forma imperfeita.

O teto do mundo é o limite do entendimento.

A sombra que habita onde a percepção não vai,

como a inconstância que permeia o momento

em que toda a criação perseguida se inverte e cai.

O que ouve as intenções noturnas não dorme,

pendido como caça abatida no canto da memória.

Onde a luz se diz eterna, perfeita e forte,

aguarda-se a escuridão que é a razão da história.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 04/08/2018
Código do texto: T6409243
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