VERSOS SATÂNICOS
É poeira do chão, silêncio e solidão,
manifestação da natureza que espreita,
quando o caminho passa riscando o chão,
e o corpo se fecha em sua forma imperfeita.
O teto do mundo é o limite do entendimento.
A sombra que habita onde a percepção não vai,
como a inconstância que permeia o momento
em que toda a criação perseguida se inverte e cai.
O que ouve as intenções noturnas não dorme,
pendido como caça abatida no canto da memória.
Onde a luz se diz eterna, perfeita e forte,
aguarda-se a escuridão que é a razão da história.