À VOCÊ
Não vou lembrar do teu rosto
Das amargas palavras não lembrarei
Quero esquecer todo desgosto,
Do choro, mentiras...
Tudo esquecerei
Lavarei meu corpo já tão cansado
Nas amargas águas da solidão
Quero voltar como fênix alado
A mente límpida, o corpo intacto
Quero a certeza de não ter amado
Disse eu num estado infantil
Que te amaria por toda vida
Mas como amar algo tão senil,
Que dum amor puro riu-se um dia?
À outra darei as palavras
De amor regozijante, febril!
Cuidarei afável dos sonhos dela
Por uma noite, quiçá mil
Não se queixe da tua herança
Não cuidou do amor dado
Sequer bailou a feliz dança
Que bailam os eternos namorados