Meu dialeto
Não escrevo como falo
Mas falo do que escrevo:
Suavidade nas palavras,
Docilidade na alma
Às vezes, falo dos homens
Outras vezes falo de mim:
O porquê estou aqui
E não ali entre os anjos
Dos homens falo pouco
Por não saber o que querem:
Ora escolhem o bem
Ora escolhem o mal
Falo com a lua,
Falo com o mar que brame,
Mas não entendem meu dialeto,
Não entendem a língua dos homens
Muitas vezes falo pra Deus
Mas não me responde,
Será que Ele entende a língua dos homens?
Duvido que entenda…
Falo aos pássaros em minha poesia torta,
Falo às rosas do jardim dos meus amores,
Mas eles não entendem meu dialeto.
Meu Cravo se foi e nunca mais voltou
Será que não há nada ou ninguém que me entenda?
Homens, homens entendem meu dialeto,
Mas, as vezes desentendem,
Falo, falo e nada entendem