LIVRO NUNCA FOLHEADO

No misto de poeira

Que repousa serena

Sobre a velha estante

Encostada, à parede pouco resistente

Da sala apertada de tão pequena

Para a mobília fora de moda

Há tanta bicharia

Como que numa boda

A degustar com insaciável folia

A liberdade da poesia

Nas folhas, em papel reciclado

Dum livro nunca folheado

Alberto Secama 04 de Agosto de 2015

Alberto Secama
Enviado por Alberto Secama em 03/08/2018
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