"Se a gente olha mais de perto"

Se a gente olha mais de perto, percebe,

ninguém é normal mesmo.

Pelo menos não mais normal que os outros.

Somos apenas normas, regras, convenções, invenções sociais...

Muito mais até do que a gente é capaz de apreender.

Na composição química da vida e das pessoas em relação

na e com a vida nota-se, irremediavelmente,

uma porção significativa de maluquês

e outra porção (menor) de sobriedade.

Uns mais pra cá, outros medioestado

e a maioria dos demais se equilibrando dia a dia

pra não desandar de vez.

De perto ninguém é unanimidade. Ninguém.

Não há normalidade plena nem maluquês irremediável.

Há, na verdade, vidas; bem ou mal vividas,

em ambos os casos.

Mas afinal de contas, o que é ser normal?

Se a beleza da vida está exatamente em sermos nós mesmos,

um dia de cada vez, dia após dia, um novo eu por oportunidade de ser:

- Sóbrio, medioestado, maluco (completamente destemperado) ou apenas medíocre mesmo. O que há de se fazer!

Cabe a cada um escolher por qual caminho seguir

quando o sol o convidar a sair da sua própria escuridão.

Quando enfim houver a possibilidade de explorar para além da caverna, na inexatidão da existência humana, o que faremos?

Seremos luz, escuridão ou só mediocridade dissonante?