O olhar do poeta
Escrevo sobre problemas e dilemas
Absorvo flor, espinho e às vezes um tanto de carinho
Passo por alamedas, pulo de fenestras
Passeio por jardins tão doces
Vou e volto, e ora ou outra fico a esmo
Arranco riso, dou tapa sem mão
Avanço e retrocedo
E sem medo, versejo
Regalo, padecimento
Nem tudo o poeta sente na pele
Escrever é e não é
Vivemos e também, desenhamos à quem está a volta
Inspira-se com um tinido
Com um espirro
Com vivência
E com o olhar clínico da alma
De quem assiste a vida com um apinhado de cor...