A MENINA DA SÍRIA! (259)
Quem vê esta criança agora, não acredita,
Sorria, até brilho nos olhos, ela tinha,
Percebo, através de sua transparência,
Nada existe, nada mais tem, peço clemência...
Tão pequena, na certa nem entende,
Pois, até ontem, havia fadas, em sua mente,
E o som mais alto, era a voz amada, que ouvia,
Do pai, a chamá-la, a casa, á tardinha...
Havia lindas flores, em seu jardim,
O cãozinho com quem brincava, calou-se enfim,
O irmão, mais parecia um anjo, Serafim,
Tudo sumiu, acabou, o silêncio pesa, é ruim...
Sai pr’a rua, ninguém segurará sua mão,
Sobre os escombros, treme de aflição,
Aperta, o ursinho sujo, junto ao coração...
E, como a mãe o fazia, canta baixinho, uma canção...
Bombas explodem, fazem o céu azul, escurecer,
Continua ali, não sabe pr’a onde correr,
Pobre menina, acaba, de aprender...
A dureza da guerra e também... O que é... Morrer...