O RE QUE ME FALTAVA
Pois o re é remédio,
Alivia toda dor.
Geralmente vem com o tempo,
Costuma ser professor.
O re é o acordar da alma,
Que dormia sem escolha
O recomeço é bem vindo
E faz com que o medo se encolha;
Perdi a rima esses dias,
Parecia se esconder
De mim ou de virar poema,
Ela correu a valer.
Procurei como de costume
Em uma xícara de café,
No perfume de uma rosa,
Em meio a um cafuné
Sem sucesso a noite toda,
A busca se seguiu
Quase desisti das letras
O medo me consumiu
O que se faz ao perder
Toda a sua inspiração?
A única certeza da vida,
Sua eterna razão?
Pensei que fosse mesmo o certo,
Que me abandonasse no fim,
Todos os amores acabam
Com ela também devia ser assim
Estou agora aqui,
Surpresa e alegre então
A rima que eu procurava
Escondeu-se em meu coração
Fico aliviada de encontra-la
Não sei outra coisa fazer.
Nasci para tecer palavras,
Eu vivo para escrever.