ZÉ TUMULTO É O CHEFE
Bêbado
o viajante dorme na caminhada
homem-tigre vazando o líquido
sagrado da existência
nas mãos repletas de chamas
dos Anjos Glamourosos
vigias do Amor e da Magia, sabe o segredo:
o mapa das terras encantadas
só brilha no escuro da noite
guru frustrado morrendo de fome
na porta das boites
assassino do Verbo acariciando cabelos
da mulher caida do automóvel
peixificado
do abismo das colunas sociais
o Anjo Cosmético rosna
resvalado pelo operário
de tapa-olho e perna-de-pau
Mas nem tudo é dor
nós apenas passamos
o arco do violino nas veias
Zé Tumulto foi um de nós
andava com o rosto de Putaria Santificada
no meio daqueles que confabulam com a Desgraça
nos bares suspeitos à meia-noite
e era a sempre-vítima
guiava viajantes rumo aos Portais do Porvir
onde guardiões-bichas e gagás
zombam dos que chegam em trapos
Enquanto o povo lambe gotas de luz
viandantes pontilham o sol nascente no violão
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Zé Tumulto é o chefe
dos viajantes sem rumo
o mongolóide-mor
lhe deve o produto
das esmolas
o galo-Pi se despe
transformando-se
em homo cyber_sexus
glória do lixo
Quem sabe se mulheres virão
do fundo dos sentidos?
ir atrás
deslizar
até onde haja abismo
na gilete da fome
átomo do Dilúvio