Anjo Caído
Há um anjo caído.
Caído, sobre as águas, ajoelhado,
De olhos nos olhos com seu reflexo.
Na margem deste lago,
De água límpida e fresca,
Já muitos homens beberam de sua fonte
Crendo no seu poder redentor.
A abolição do pecado.
O anjo morrerá.
Sua divindade foi violada,
Assim como suas asas
Que força já não têm.
O anjo ferido,
Debruçado sobre a água,
Confessa seu pesar.
Seus remorsos,
Seu arrependimento.
O mundo que jurou proteger
Está em seu último verso.
E com suas histórias,
Escreveu-se o mais épico dos poemas.
O Homem,
Personagem principal desse poema,
Causou o seu próprio fim.
Assimilando as clássicas tragédias,
Comove quem lê
Esta triste história.
A Natureza apresenta ao anjo,
Morto sob o peso de suas asas,
Uma última peça musical:
Um largo com acordes menores
Levando o Céu às lágrimas.
O mundo ardeu;
O verde de outrora,
Inspiração do artista,
É agora o cinzento mais escuro
Nunca antes pintado.