Canção da sorte
 
Eu quero braços que me confortem com segurança,
Na dor,
No amor
Ou na morte.
Que ouça comigo um Punk/Rock do Ramones;
Um blues de Janis Joplin,
Ou o visceral Iggy Pop...
Que tolere de tudo: “De Verdi à Radiohead!
Quero braços que possam juntos, mandar muitos à merda com
a “banana” de Warhol.
Que romantize meu underground,
Sem o marketing das páscoas ou natais!
Eu quero um amor que use batom preto,
Em protesto violento contra o vermelho,
Para que eu não precise sempre imaginar estar comendo uma
mesma fruta todos os dias.
Não sou muito da sorte, nem do azar,
Sou apenas decadente e doente.
Eu não quero alguém que viva me desejando “boa sorte” somente,
Mas alguém que me dê os toques para quando estiver vacilando,
Pegar na minha orelha e sussurrar:
- “Não se esqueça!”
“O diabo é pai do Rock, Raul!”
“E se Rimbaud fosse vivo, seria uma estrela atoa; como Paulo
Leminski, numa boa!”



 
Do livro "Canções de Aretaeus" de Agmar Raimundo
Link do site para adquirir o livro:
https://viseu.bmkt.me/produto/cancoes-de-aretaeus/

 
Agmar Raimundo
Enviado por Agmar Raimundo em 30/07/2018
Reeditado em 30/07/2018
Código do texto: T6404715
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