I
Eu, embora, pobre cachorro amarrado
Vez ou outra, notado, agraciado e bem alimentado
Não tenho outra pretensão, senão ser subordinado
Ao capricho e ao desdém, daquele que me detém
Tenho latido, tenho uivado e enfim tenho calado
meu grito, meu uivo, meu suspiro
Lamento desgrenhado, de um simples coitado
Não posso ser gente, pois não me cortaram o cordão do umbigo
Conservo-me cachorro amarrado
vez ou outra, bandido