I

Eu, embora, pobre cachorro amarrado

Vez ou outra, notado, agraciado e bem alimentado

Não tenho outra pretensão, senão ser subordinado

Ao capricho e ao desdém, daquele que me detém

Tenho latido, tenho uivado e enfim tenho calado

meu grito, meu uivo, meu suspiro

Lamento desgrenhado, de um simples coitado

Não posso ser gente, pois não me cortaram o cordão do umbigo

Conservo-me cachorro amarrado

vez ou outra, bandido

JJuliano
Enviado por JJuliano em 30/07/2018
Reeditado em 27/01/2019
Código do texto: T6404506
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